Diogo Corona, COO da Smart Fit
Diogo Corona atualmente ocupa o cargo de Diretor de Operações (COO) da franquia de clubes de fitness Smart Fit e de Diretor Executivo (CEO) da plataforma de benefícios corporativos de bem-estar TotalPass.
Diogo Corona ingressou na Smart Fit, a maior rede de academias da América Latina, como estagiário administrativo quando estava no último ano do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, em São Paulo, onde se formou em administração de empresas em 2010. Ele permaneceu na empresa após a formatura, desempenhando diferentes funções que utilizaram sua vasta experiência em finanças, incluindo analista de expansão, gerente de planejamento e diretor executivo. Antes de ingressar na Smart Fit, Diogo trabalhou como analista no Itaú Unibanco.Diogo foi nomeado COO da Smart Fit em 2016, onde supervisiona as operações das unidades da empresa no Brasil, Chile, Colômbia, República Dominicana, México e Peru. Suas responsabilidades específicas durante esse período incluíram liderar a expansão da Smart Fit, planejamento financeiro e atividades de precificação. Diogo também é executivo em algumas subsidiárias da Smart Fit.
Diogo acredita em uma abordagem integrada para o fitness, que combina atividade física tradicional com soluções tecnológicas. O uso de plataformas inovadoras com treinadores personalizados cria programas holísticos que atraem diversos tipos de clientes. Assim, eles podem acompanhar seu progresso e definir metas, mantendo acesso a conselhos personalizados.
Diogo também se concentra na construção de comunidades para criar um ambiente onde os clientes se sintam mais conectados uns aos outros e aos treinadores. Ele acredita que essa abordagem aumenta a probabilidade de que os participantes mantenham um estilo de vida saudável ao longo do tempo. Diogo também implementou aulas em grupo e fóruns online para promover um senso de pertencimento e motivação, o que ajuda os usuários a se manterem comprometidos com suas rotinas.
1. De onde surgiu a ideia de criar a TotalPass?
Ela surgiu como alternativa ao que tinha no mercado. A gente viu uma referência que estava rolando no mundo, que são os agregadores — teve o ClassPass nos Estados Unidos (EUA) e o Gympass no Brasil. E queríamos lançar uma alternativa para o mercado de academias não depender de um só agregador (no Brasil). A gente achava que tinha potencial para mais de um e fizemos o nosso. Lá no início, a ideia era juntar algumas redes de academias — não ser só da Smart Fit. O que faria muito sentido para o RH — ter as marcas principais de academia. Mas, essa ideia não foi muito bem aceita e, então, nós mesmos começamos a fazer a TotalPass. Eu assumi o projeto em agosto de 2019.
2. Descreva um típico dia seu. De que forma você o torna produtivo?
Eu sou muito de rotina, então, o meu dia é sempre bem igual. Eu acordo umas 6h30, vou treinar de manhã nos Estúdios que a gente [Smart Fit] tem, porque são treinos rápidos e eficientes e eu prezo muito por essa questão de eficiência — questão de 45 minutos o treino. Eu volto para minha casa a pé, tomo banho e café da manhã muito rápido. Eu coloco sempre a mesma roupa para trabalhar — eu tenho roupas iguais, camisetas iguais, calças iguais. Eu sempre estou de grafite e de calça jeans azul, e assim eu vou — às 9h estou no escritório todos os dias. Eu tenho a minha agenda de reuniões — normalmente, eu tenho quase o dia inteiro de reunião — com exceção da sexta-feira à tarde que eu deixo livre para eventuais reuniões que apareçam. E eu fico até umas 21h30 ou 22h no escritório. Muitas vezes — a maioria das vezes — eu almoço na mesa para não perder muito tempo, ser mais eficiente. Então, meu dia é bem rotina mesmo em dia de semana.
No final de semana, eu janto fora e procuro passear com os cachorros no parque. Às vezes, quando não estou muito cansado da semana, vou treinar também. No domingo, eu tento encontrar a minha mãe e levar ela para almoçar. Então, também é bem rotina.
3. Como você dá vida às suas ideias?
Eu acabo tendo ideia porque eu vivo muito isso, eu gosto muito do que eu faço. Então, assim, eu saio daqui [escritório] e continuo pensando — e isso, às vezes, é até um problema, no sentido de ter dificuldade de conseguir me desligar um pouco, porque eu não paro, fico sempre pensando. Eu faço esse treino de manhã, que é um treino de alta intensidade, para tentar focar, estar lá presente no treino, se não minha cabeça não fica presente. Mas, mesmo assim, durante todo esse momento [de treino], eu estou sempre pensando, pensando e pensando…e chego com ideias.
Eu fico o dia inteiro pensando em trabalho — de manhã, quando eu acordo; à noite, quando eu chego em casa. E eu acho que muitas ideias são reflexo, justamente, disso, de eu pensar e gostar muito do meu trabalho. Eu não quero me desligar, eu não tenho esse “negócio” de sair e ter que ir tomar alguma coisa para me desligar. Pelo contrário, eu gosto de ficar pensando e, aí, tenho as minhas ideias e fico enchendo o saco das pessoas, mando mensagem para todo mundo aqui. Eu fico compartilhando, gosto de construir ideias, provocar, falar, ouvir do outro, testar a ideia. Às vezes — de vez em quando, porque é muito raro — eu visito loja [da Smart Fit] no final de semana, mas realmente é raro.
Mas, eu também procuro aliados quando eu vou desenvolver essa ideia. Eu compartilho e, se fizer sentido, a gente testa — tem bastante autonomia para fazer as coisas aqui na empresa. Então, é assim que eu faço as coisas.
4. Fale sobre uma tendência que atualmente tem chamado a sua atenção.
Na indústria fitness, eu vejo que a tendência que está muito forte, por incrível que pareça, é a musculação, é a pessoa querer ficar forte — o estereótipo de força, músculo. E eu falo esse “por incrível que pareça” porque se faz pesquisas e se diz: “não, o pessoal está indo para a academia por saúde mental”. Mas, eu não vejo isso…isso, para mim, falam por questões de “politicamente correto”.
E essa tendência é um fenômeno mundial, e inclui homens e mulheres. Ninguém sabe explicar muito bem o porquê, mas existem teorias de que as pessoas estão entendendo que para perder gordura não é só fazer esteira — se você faz musculação, você queima gordura também.
E as tendências não vem do dia para a noite, né!? São coisas que as pessoas começam a descobrir com o tempo. Hoje, muitas pessoas querem emagrecer fazendo musculação e esse estereótipo de força está muito forte. Não vejo a academia lotada de pessoas tranquilas, focadas na saúde mental — eu vejo, realmente, estética e força, mais até do que eu via antes. Eu não sei dizer exatamente o que a pessoa está buscando com isso, mas eu sei o estímulo que ela está tendo, que é força. Ela está querendo ter esse músculo grande, seja por estética ou porque isso vai trazer alguma outra coisa…aí, eu realmente não sei. Mas, eu sei que isso é um fato que está acontecendo a nível de mundo.
As pessoas não estão indo para exercícios mais relacionados à saúde mental. Porque, assim, a parte de saúde mental envolve muito a parte de endorfina, e essa parte é muito mais a do exercício aeróbico — aquela corridinha, o suar — e não do anaeróbico, o “força”. Então, o que ganhou muito mais força, o que está ganhando muito mais parcela, é o anaeróbico, não o aeróbico — por incrível que pareça, porque você faz pesquisa e se fala em saúde mental, mas não é isso que está acontecendo.
5. Fale sobre um hábito que faça você ser mais produtivo enquanto empreendedor.
Eu acho que é toda essa questão de rotina. Por exemplo, o dia que eu treino de manhã e o dia que eu não treino são muito diferentes para mim. Eu acho que todos esses hábitos que eu tenho me ajudam muito. Eu não bebo em dia de semana, eu acabo evitando sair muito ou pego mais leve, porque eu foco em estar muito inteiro quando eu chegar no escritório — eu quero estar o máximo inteiro no dia seguinte.
Até parece que é besteira, mas a rotina — questões do tipo treinar intenso; usar a mesma roupa, roupas iguais, no caso; comer a mesma coisa sempre, tomar o mesmo café da manhã — me ajuda a focar 100% da minha energia no trabalho. Então, quando eu estou aqui [no escritório], eu estou 100% dedicado ao trabalho, 100% da minha energia e disposição. Estou o mais inteiro possível aqui. E, fora isso, quando estou fora [do ambiente ou horário de trabalho], e como eu gosto muito do que eu faço, eu também acabo pensando nisso. E, desse jeito, eu fico com “menos peso” nesse sentido — várias vezes, por exemplo, eu fico olhando coisas de trabalho, mas, sem pressão…é porque eu quero. Então, eu acho que isso tudo me torna mais produtivo. Eu gosto do que eu faço, e gosto bastante!
E outra coisa, eu tenho 35 anos, não tenho filho, não tenho “família”, e isso me permite focar 100% no trabalho. Não sei se isso seria igual tendo filho em casa — chegar dez da noite, por exemplo. Acho que teriam algumas mudanças aí. Então, assim, o meu momento de vida permite isso, né!?
6. Qual conselho você daria para você mesmo quando jovem?
Eu tendo a não me arrepender muito das coisas que eu fiz. Eu não fui uma pessoa tão disciplinada assim no colégio, não fui o melhor aluno. Na faculdade, eu ia bem, mas eu nunca fui de ficar o dia inteiro estudando. Eu, olhando para trás, acho que a pessoa tem que curtir no momento certo da vida. Tem gente que eu conheço que, na faculdade, era aquela pessoa que abdicava de muita coisa — de conhecer gente, de sair — e depois sentiu falta disso. Eu acho que existem momentos na vida. É questão de equilíbrio.
Você pode falar da vida pessoal de alguém — por exemplo, quem, na faculdade, sempre foi certinho e, depois de casado, percebe que sentiu falta de “x”, e acaba fazendo coisas que fazem mal para a família dele.
Mas, claro que eu não estou dizendo que todo mundo é assim, só estou dizendo que existem momentos. Em alguns momentos da minha vida, eu saía mais, conhecia gente, e eu olho para trás e não me arrependo — não acho que deveria ter sido mais regrado e ficar estudando, ou sair menos. Não mesmo…“zero”! Eu conheci muita gente, saí, fiz no momento certo — e, hoje, eu estou nesse momento, já faz um tempo, que é do de trabalhar bastante.
Para mim, o conselho é curtir cada fase da vida e saber que existe um momento certo para cada coisa. Então, é importante não confundir os momentos para você não sentir falta daquilo depois. Até porque, eu acho que, na vida, para você se dar bem profissionalmente, é preciso muito mais do que só estudar e decorar coisa — é preciso, por exemplo, saber lidar com vários tipos de pessoas e vários contextos.
Eu fico pensando em questão de talento, de inteligência cognitiva, inteligência emocional, o que é que vai acontecer, considerando a existência dessas novas tecnologias — chatGPT, essas coisas. Hoje em dia, decorar não tem mais importância. Com dois cliques, você tem as respostas. Então, assim, o que é que vai sobrar? Eu acho a inteligência emocional muito importante e, talvez, ela fique cada vez mais — o talento interpessoal fique cada vez mais importante até por conta da tecnologia, porque a tecnologia está indo para cima da inteligência cognitiva e não da inteligência emocional.
E é por isso que eu não me arrependo de não ter ficado decorando coisa e estudando o dia inteiro na época do colégio ou da faculdade. É importante saber olhar o contexto, entender o ambiente, ser mais esperto nesse sentido, porque eu acho que as tarefas mais técnicas podem ser as próximas a serem substituídas pela Inteligência Artificial (IA), que muito se fala hoje — já é bastante assim e acho que tende a ficar mais.
7. Como empreendedor, diga algo que você faça com frequência e recomenda que todo mundo também faça.
Eu recomendo atividade física, seja ela qual for. E não é porque eu trabalho nesse mercado. Eu realmente acho que isso é importante para todo mundo. Eu trouxe aquela questão sobre o pessoal estar focando mais na parte de ficar forte quando faz exercício, e não tanto em saúde mental, mas eu acredito que praticar atividade física é superimportante, sim, para a saúde mental — super! Eu vejo que a maioria das pessoas que a gente tem de cliente não está praticando exercício por esse motivo, pela saúde mental, mas eu acho esse um motivo muito importante.
E a atividade física, quanto mais cedo você começa a fazer, mais cedo você cria esse hábito, e daí vai ficando mais fácil. Eu, por exemplo, gosto de treinar, então, para mim é muito fácil. E quando as pessoas não criam esse hábito, principalmente quando mais novas, fica muito difícil, porque você está fazendo uma atividade que você não quer fazer — desse jeito, “dói” muito mais, cansa muito mais. Para mim, cansa “zero”, porque eu gosto. Mas para quem não criar esse hábito, vai ser cada vez mais “doloroso” fazer. E, de novo, atividade física faz muito bem para a cabeça — na minha visão, todo mundo deveria praticar.
8. Conte-nos sobre uma estratégia que o ajudou a crescer seu negócio. Por favor, explique como.
Eu acho que o que mais fez crescer foi o time que a gente tem. Daí, você me pergunta: “como que você trouxe o time?”. Bom, eu acho que a maneira que eu trago um time de alto desempenho é ser um exemplo para eles. Eu realmente acho que eu faço gestão pelo exemplo. Quando a pessoa trabalha comigo e vê a dedicação que eu tenho — eu entendendo do negócio, eu estando disponível, sendo o primeiro a chegar e o último a sair, estando 100% dentro disso — ela me olha como um exemplo nesse sentido, o que torna mais fácil trazer gente que queira trabalhar assim também. Eu lidero as pessoas pelo exemplo.
E outra coisa que eu tenho muito: eu compartilho as coisas com as pessoas. Porque eu acredito que as pessoas têm que se sentir parte, também. Não dá para tratar as pessoas como robôs. Por isso, eu compartilho. Eu tenho as ideias e ligo para um, para outro, pergunto o que acha. Eu trago todo mundo junto para que as pessoas se sintam parte daquele negócio. Então, assim, eu sempre desenhei junto, desenhei as estratégias junto, daí, todo mundo se sente parte do que está sendo construído — e eu também dou a oportunidade de as pessoas darem ideias. Assim, no fim das contas, o mais importante para mim é que a pessoa realmente se sinta parte do projeto, da construção, sinta que é ouvida — na minha visão, isso é a coisa mais importante que tem.
Eu quando eu proporciono isso, de a pessoa se sentir parte do negócio, e, além disso, também dou o exemplo — ou seja, não dou margem para a pessoa olhar e falar: “ok, mas só estou fazendo, o Diogo não está fazendo nada” — as pessoas se sentem mais motivadas e eu consigo ter um time de alto desempenho.
Tem, ainda, uma outra coisa que é característica minha, mas não, necessariamente, é fator de sucesso: eu sou um cara muito voltado a dados, porque eu acho que, muitas vezes, a percepção e a subjetividade podem parecer injustas. Mas, quando você tem dados, informações, você pode alinhar expectativas claras e o feedback fica muito mais concreto e preciso.
Nos times e nas empresas que eu toco, a gente tem uma cultura “Data Driven” que quer dizer, na minha visão, que quando tem dado disponível ele tem que ser usado. Se não tem dado, vai ser a percepção quem vai assumir a responsabilidade, é “chute” mesmo. Mas se tem dado disponível, você tem que usar — você não pode ter preguiça de usar, porque às vezes dá preguiça de usar. E essa é uma grande verdade — às vezes, existe um dado que poderia ajudar na tomada de decisão, mas vai dar um trabalho para juntar o que precisa, então, a decisão acaba sendo tomada pelo caminho do “achismo”, e isso não é um comportamento aceitável. Se tem o dado disponível e a decisão não precisa ser imediata, tem que usar esse dado, para poder tomar a decisão com o maior nível de informação possível — assim, ela tende a ser uma decisão mais acertada. Então, isso faz parte das condutas dos times que eu gerencio.
9. Conte-nos sobre um fracasso que você teve como empreendedor e como você o superou.
Na minha vida pessoal, eu já investi em empresa que não deu certo, sendo que o meu maior erro foi escolher uma empresa que não tinha empreendedor — não tinha alguém apaixonado para tocar o projeto. A gente colocou uma ideia e colocou um executivo para tocar essa ideia.
E esse é um aprendizado que eu tenho: se não tem uma pessoa apaixonada tocando a ideia — alguém que seja sócio mesmo — não vai rolar, não vai dar certo, ainda que seja a melhor ideia do mundo. E, aí, eu perdi dinheiro com isso. De novo, esse é um aprendizado que eu tenho para investimentos meus em empresas/pessoas físicas. E eu até já sabia disso, já tinha escutado isso, mas, eu fiz mesmo assim. Eu caí na armadilha, porque eu achava que a ideia era boa o suficiente e que a pessoa ia conseguir. Só que não rolou, não era a pessoa certa. Na verdade, fica até confuso saber se era a pessoa ou a ideia que não era boa, mas, o fato é que a combinação não deu certo.
Com relação às empresas — a Smart Fit e a TotalPass — eu já cometi muitos erros, mas, erros pequenos. Acho que nenhum erro muito grande, na minha visão. Mas, já apostei em pessoas erradas, por exemplo, e, nesse caso, o maior equívoco do executivo, normalmente, é demorar para tirar essas pessoas.
Contudo, como eu tenho um papel muito relevante dentro da Smart, e também da TotalPass, já que eu sou uma das pessoas com mais responsabilidade dentro do negócio — e estou desde o começo, desde 2010 — eu gosto de dizer que a Smart não seria igual sem a minha presença aqui. Ela poderia tanto ser muito pior quanto ser muito melhor, isso eu não sei, mas o que eu posso afirmar é que ela seria muito diferente. Tem muitos projetos que são a minha cara, que eu criei. Mas, eu não sou prepotente ao nível de dizer que não poderia ser melhor, porque, realmente, poderia…não tem como saber. No entanto, o que me conforta é saber que tem a minha marca, tem a minha cara, e isso para mim já é o suficiente — e eu vejo a Smart como uma empresa de sucesso.
10. Qual foi o melhor “$100” que você gastou recentemente (pessoal ou profissional)? Por quê?
Eu estou morando com uma pessoa que me ajuda muito nessa jornada e eu acho que o melhor “$100” que eu gastei, que eu investi, foi em um almoço com ela. Porque, agora, eu estou morando com ela. É uma pessoa que realmente me ajuda muito em toda essa jornada, porque, apesar de eu estar muito feliz com o meu trabalho, é uma rotina que, se for pensar, você acaba ficando muito sozinho. Eu acordo às 6h30, saio cedo e volto para casa só lá pelas 22h, mas, quando eu chego em casa, ela está lá…ela e os meus cachorros. A gente come alguma coisa e, às vezes, olha uma série — nada muito demorado, porque no outro dia tem que acordar cedo. Mas, se você não tem alguém com quem compartilhar essas coisas, essa acaba se tornando uma vida muito sozinha.
11. Qual livro você recomendaria a nossos leitores e por quê?
Tem um livro que foi o que eu mais gostei na minha vida, que é o “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar”, do Daniel Kahneman.
Ele fala sobre viés cognitivo, explica um pouco os pensamentos — muitos pensamentos irracionais, mas sempre repetitivos. É muito legal para você se entender e para conseguir refletir quando está tendo esse padrão. Um exemplo, nesse sentido, é o que se chama de “falácia do custo perdido”, que é o caso de você gastar dinheiro em um show, por exemplo, mas não estar com vontade de ir no show. Você só vai porque comprou o ingresso, mas, na verdade, não tem que ir se não está com vontade de ir. Essa decisão de ir é uma decisão irracional e que não faz sentido. E isso acontece muito nas empresas também — de a pessoa falar: “mas eu já gastei ‘tanto’ no projeto, vamos continuar”. No entanto, se não faz mais sentido, tem é que cortar o projeto, assumir o prejuízo e é isso. Mas, o ser humano tem dificuldade de assumir prejuízo.
Tem várias coisas assim que você começa a ver no seu dia a dia. Então, esse é um livro que eu gostei muito, tanto para a vida pessoal quanto profissional.
12. Qual software ou serviço online ajuda você a ser produtivo? Como você o utiliza?
Eu uso o Calendly, que é o meu “linkzinho”, que eu “jogo para as pessoas”. A única coisa que não me ajuda é que eu não tenho o link do Google Meet ainda. Mas, eu sempre mando o “linkzinho” e a pessoa coloca a reunião na agenda — de repente, aparece uma reunião que eu nem sabia.